Valeska assina a petição junto das também advogadas Lyzie de Souza Andrade Perfi e Maria de Loudes Lopes, que tem Lula como “reclamante” e a 13ª Vara Federal de Curitiba como “reclamada” – é nesta vara que correm os processos da Operação Lava Jato, e que am a ser atingidos diretamente pela decisão de Toffoli. 445lp

Embora não tenha uma ligação direta com Dias Toffoli exceto por ser a autora da petição julgada monocraticamente por ele, a atuação de Valeska chama a atenção por ser esposa de outro magistrado. Cristiano Zanin ou a ocupar uma cadeira na mais alta Corte do país no começo de agosto, após ter sido indicado por Lula no primeiro semestre para ocupar a vaga aberta pela aposentadoria do ministro Ricardo Lewandowski.

Junto do marido, Valeska Zanin Martins escreveu o livro “Lawfare: uma introdução”, em que explicam a tese de se usar o Poder Judiciário para disputas políticas. Segundo o casal, Lula era vítima de uma estratégia que visava caçar os direitos políticos através da própria Justiça – e que foi citada por Toffoli na decisão desta quarta (6).

“Tratou-se de uma armação fruto de um projeto de poder de determinados agentes públicos em seu objetivo de conquista do Estado por meios aparentemente legais, mas com métodos e ações contra legem”, escreveu Toffoli na decisão (veja na íntegra).

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A atuação de Valeska em processos envolvendo Lula – e que tinham Cristiano Zanin como representante legal até ser aprovado ao STF – também foi alçada aos holofotes após a própria Corte permitir que juízes julguem clientes de escritórios de familiares. Os ministros formaram maioria para derrubar uma regra que limitava a atuação de parentes até terceiro grau, cônjuge ou companheiro.

O próprio Cristiano Zanin votou pelo fim do impedimento, junto de Dias Toffoli – autor da decisão desta quarta (6) –, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Luiz Fux e Kassio Nunes Marques.

Durante o processo de indicação ao STF, Cristiano Zanin afirmou aos senadores durante a sabatina que iria atuar de forma imparcial em relação a processos relacionados à Operação Lava Jato, em que defendeu o então ex-presidente Lula.

“Evidentemente, em todos os processos em que eu tenha atuado como advogado, não poderei, se aprovado for por esta Casa, julgar esses processos no STF... Em relação a impedimentos ou suspeições futuras, seguirei com muito rigor”, afirmou na Comissão de Constituição e Justiça do Congresso Nacional na sessão de junho.