De acordo com Arruda, além de não ter encontrado nenhuma prova de irregularidades cometidas por ele na apuração de crimes contra a istração pública, especialmente de concussão e lavagem de dinheiro por meio de “rachadinha” de salário de assessores, o Ministério Público ainda não devolveu as armas apreendidas – “de forma irregular”, reforça o deputado – em sua casa. 3t2p1v
“O próprio policial do Gaeco viu lá o documento de recadastramento das minhas armas e falou ‘olha, está tudo certo’. Sim, está tudo certo. Ele ligou para um delegado da [Polícia] Federal e o delegado falou ‘Não, no meu sistema não aparece’. O problema é do sistema dele, da incompetência dele, e levaram minhas armas legalizadas”, disse.
Na sequência, Arruda afirmou que entrou com um pedido na Justiça para restituição de posse das armas. O prazo final dado ao Ministério Público teria se encerrado na última sexta-feira (1º), mas a devolução das armas ainda não ocorreu. “Meu advogado vai analisar e amanhã vamos entrar com um processo por abuso de autoridade porque não pode ocorrer esse tipo de violação das leis”.
Outro ponto questionado pelo deputado foi a forma como o Ministério Público teria, segundo ele, ignorou fatos importantes durante as investigações da prática de “rachadinha”. Em sua defesa, Arruda afirmou ter anexado documentos que comprovam que suas empresas faturaram R$ 70 milhões nos últimos 10 anos, e que ele é um dos poucos deputados que registraram diminuição de patrimônio.
“A maioria entra pobre e sai rico. O MP não se preocupou em ver isso. Por que será? Aí querem falar que eu vou fazer rachadinha para pegar continhas de R$ 5 mil, de R$ 3 mil? Não que eu esteja desmerecendo o dinheiro, não. Mas não é de onde eu vim, e do que eu ganhei na minha vida licitamente trabalhando. O MP não se preocupou em olhar. Bateram em uma porta muito errada. Aqui não tem nada de errado. Aqui foi pura perseguição política”, alegou.
O deputado ainda comparou a atuação do MP nas investigações conduzidas contra ele com as apurações dos promotores sobre a delação premiada do empresário Vicente Malucelli que trata do pedido de propina do presidente da Alep, Ademar Traiano (PSD), e do ex-deputado Plauto Miró (União Brasil), ambos supostamente envolvidos no esquema para renovação do contrato dos serviços da TV Assembleia.
“O que me ira é por que o MP age de maneiras diferentes para cada caso? No caso em que não tem prova nenhuma, vem arrebentando tudo, com busca e apreensão. No que tem provas, fica quietinho e propõe acordo. É uma queixa construtiva”, disse.
Em nota encaminhada à Gazeta do Povo, o Ministério Público afirmou que ainda está no prazo de manifestação e "se pronunciará tão logo concluída a análise da documentação apresentada pelo parlamentar acerca da titularidade das armas".
Sobre as acusações de perseguição e abuso feitas pelo deputado no plenário da Alep, o Ministério Público aponta que "em razão da falta de es fático e jurídico, o MPPR registra que a fala do parlamentar não a de meras ilações".
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