O estado tem plantel estático de 7,02 milhões de cabeças de suínos. Somente o Sul concentra 23,02 milhões de animais, 52% do plantel nacional. 2p1yl
Anualmente, o Brasil produz 5,2 milhões de toneladas de carne suína e em 2023 exportou apenas 1,2 milhão de toneladas. O foco está nesta expansão.
O setor produtivo vê a ampliação do mercado internacional como altamente promissor. Em média, a Coreia do Sul paga cerca de 20% a mais pela carne.
O secretário de Comércio e Relações internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Perosa, avaliou que o processo com a Coreia está muito próximo da concretização, após anos de tratativas. “É um mercado exigente, mas que compra muito. O Brasil tem toda capacidade técnica e de qualidade para atender a esses mercados. Acreditamos que ainda neste semestre o acordo esteja finalizado e possamos exportar para eles”, disse.
Entre as indústrias que já miravam estes consumidores e estão focadas no aumento de produção está a Frimesa, maior player da carne suína no Paraná e quarto no Brasil. A cooperativa está em franca expansão produtiva após a inauguração de uma planta no município de Assis Chateaubriand (PR) em dezembro de 2022, a maior da América Latina no segmento.
Até o fim desta década, a expectativa é que a estrutura da Frimesa esteja em pleno funcionamento, com o abate de 15 mil cabeças por dia. Por enquanto, opera em cerca de um terço da capacidade. “O frigorífico tem como foco o mercado interno, mas trabalha com a possibilidade de abertura de novos mercados como o da Coreia do Sul e do Japão, que são importante consumidores mundiais”, reforçou o CEO da cooperativa, Elias Zydek.
Além da Ásia, a produção brasileira deverá ser ampliada para abastecer mercados como o do México - que está bem próximo de acordos comerciais - e as negociações que acabam de ser finalizadas com o Canadá, que reconheceu o Paraná livre de aftosa sem vacinação.
O prefeito de Toledo (PR), Beto Lunitti (PSD) está confiante nessa abertura de janelas comerciais. O município de 150 mil habitantes é o maior produtor brasileiro de suínos, com 910 mil cabeças no plantel estático. Toledo tem no segmento a principal fonte de arrecadação sobre o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP).
“A suinocultura responde por 40% do nosso VBP [R$ 1,3 bilhão] e o município é o que possui, por 10 anos consecutivos, o maior Valor Bruto da Produção do estado do Paraná [quase R$ 4,3 bilhões], mas o crescimento do setor traz desafios, como destinação de dejetos e práticas ambientais que vão garantir novos licenciamentos. Nosso principal gargalo está nas questões ambientais e, com isso solucionado, ampliam-se as possibilidades como a de ampliações de plantéis e, consequentemente, as energias renováveis, os biodigestores. Temos investido muito para amparar, com sustentabilidade, esse crescimento”, descreveu.
O secretário de Agricultura e Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, avaliou que, mesmo com as perdas volumosas de soja e milho na safra 2023/2024, produtos que são matéria-prima para alimentação animal, o mercado das proteínas está preparado para receber novas demandas.
“Com o Canadá evoluímos, com o México estamos próximos, assim como a República Dominicana, o Japão e a Coreia. A Coreia do Sul estamos caminhando muito bem. Numa escala até 12, já superamos 8, 9 etapas, é para logo”, lembrou.
Segundo Ortigara, as missões que visitaram o Brasil nos últimos meses encontraram um sistema bem estruturado, com qualidade técnica, operacional, sustentabilidade, bisseguridade e preocupação plena com a sanidade.
“Esses países tratam da sanidade com patamares elevados, são mercados mais exigentes. Temos estruturas bem preparadas, mostramos isso a eles com indústrias e um associativismo muito fortes. Temos estrutura para crescer com eficiência, qualidade. Estamos prontos para atendê-los”, completou.
Para o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o alcance e consolidação destes acordos comerciais se dá pela organização do sistema ao longo dos últimos anos. Fávaro reconheceu que isso só foi possível, na esfera governamental, porque encontrou o Mapa bem estruturado após gestões que asseguraram à pasta o cuidado técnico que o segmento exige.
As exportações do agro no Brasil registraram recorde histórico em 2023 com US$ 166,55 bilhões, 4,8% superior a 2022.
A Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura considerou que o segmento foi responsável por 49% da pauta exportadora total brasileira em 2023. No ano anterior, a participação foi de 47,5%.
"O ano de 2023 marcou um ponto de virada histórico para o agro brasileiro, com grandes avanços em exportações e expansão de mercados, resultando em um recorde no saldo da balança comercial de quase US$ 99 bilhões, um aumento de 62% em relação a 2022”, completou Roberto Perosa.
O Brasil exportou diretamente 193,02 milhões de toneladas na forma de grãos com registro de expansão no volume exportado de outros produtos que registraram mais de US$ 1 bilhão em vendas externas. O destaque foi para as carnes com crescimento de 5,4% ante 2022.
Em relação ao valor exportado os cinco principais setores foram: complexo soja (40,4% do total exportado); carnes (14,1%); complexo sucroalcooleiro (10,4%); cereais, farinhas e preparações (9,3%) e produtos florestais (8,6%). Em conjunto, esses setores destacados representaram 82,9% das vendas do setor em 2023.
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