“Salvo hipóteses de concordância mútua quanto ao eventual homenageado, é difícil encontrar personalidade que tenha a mesma projeção em ambos os países”, justificou o senador. A saída então foi nomear a ponte “até o trecho em que se encontra no território nacional, que, pelo critério da linha da equidistância das margens, é o meio do curso d’água” do Rio Paraná.
Outra mudança proposta e aprovada pela comissão foi a inclusão do termo “Integração” no nome oficial da ponte. De acordo com Castro, os tratados bilaterais acordados para a construção deste tipo de edificação “determinam o erguimento de ‘ponte internacional’; ‘ponte binacional’; ‘ponte da amizade’; ‘ponte da integração’”, sem atribuir um nome próprio às pontes.
“À vista dos considerandos do Acordo bilateral mencionado — que fala do interesse recíproco em promover a integração física dos territórios, bem como da prioridade atribuída à integração sulamericana — e da Declaração Presidencial Conjunta Brasil - Paraguai sobre Integração Física, de 21 de dezembro de 2018, em que os Presidentes Michel Temer e Mario Abdo Benítez sublinham a necessidade de interconexão viária entre os dois países para o aprofundamento da integração regional, propomos denominar a referida obra, no trecho localizado em território nacional, como ‘Ponte da Integração - Jaime Lerner’”, detalha o relator.
O nome de Jaime Lerner foi alvo de críticas de políticos e empresários de Foz do Iguaçu ainda no começo da tramitação. Quando o texto foi aprovado no plenário da Câmara dos Deputados, em agosto de 2021, empresários e vereadores da cidade se posicionaram contrários à adoção do ex-governador como homenageado na nova ponte.
“Não houve consulta popular, nem às autoridades locais, nem à Sociedade Civil Organizada, nem à Itaipu, que é quem está bancando a obra e quem deu esse nome de ponte da Integração. Temos a ponte da amizade e, agora, essa que fará a integração econômica entre os dois países deverá se chamar ponte da integração. A sociedade já aprovou esse nome, o lado paraguaio também. É inoportuno um deputado que nem da cidade é propor trocar esse nome”, disse, à época, o presidente da Câmara Municipal de Foz do Iguaçu, Ney Patrício (PSD).