“Temos 14 ilhas habitadas no Litoral e o objetivo é fomentar o turismo nelas”, defende o condutor do projeto. “Queremos melhorar a qualidade para o nosso turista, de outros estados e países. Preparar esse pessoal [os profissionais da região] para dar um atendimento de mais qualidade”, diz.
De acordo com o governo, as aulas devem começar logo após a reforma da casa de veraneio – estima-se que a abertura seja no início do segundo semestre. Elas serão gratuitas e, em um primeiro momento, direcionadas aos profissionais de cozinha que já atuam na faixa litorânea paranaense. A casa deverá receber grupos de 20 alunos por vez. Eles devem permanecer em treinamento por três semanas seguidas, segundo o projeto inicial.
Embora Adur não relacione a criação da escola ao decreto limitante de Cida Borghetti, o novo uso do espaço é, de certa forma, uma saída a uma promessa de campanha do governador. Em seu primeiro programa eleitoral, Ratinho Junior prometeu “acabar com a ilha” do governador, a qual classificava como exemplo de “mordomias da velha política”. De propriedade da União, mas cedida ao governo do estado, a casa oficial de veraneio vinha sendo subutilizada e ou quase 9 anos sem receber uma hospedagem oficial – o último a utilizá-la havia sido o ex-governador Beto Richa (PSDB), em 2011.
A residência, porém, continuava gerando despesas de manutenção, como limpeza, luz, água, reparos e eventuais pinturas – o valor estimado por Adur é de quase R$ 20 mil mensais. Uma situação semelhante a outra residência oficial colocada na mira do ainda candidato Ratinho Junior: a Granja do Canguiri, em Pinhais.
Como resposta, em setembro do ano ado, a então governadora Cida Borghetti, principal adversária na eleição estadual, assinou um decreto tornando a Ilha das Cobras uma unidade de conservação na categoria Parque Estadual, com proteção integral do ambiente. A área de 52 hectares é remanescente de Mata Atlântica e parada de tartarugas marinhas. Para a pepista, a propriedade era de interesse para pesquisa e educação ambiental. Com isso, uma possível venda do espaço se tornou inviável. Cida refutou uma briga política à época, apontando que o assunto já estava sendo tratado com a União nos meses anteriores ao decreto.
Ainda não há projeto divulgado para a Granja do Canguiri.