O infectologista comparou a cloroquina com a “pílula do câncer” (fosfoetanolamina) anunciada, em 2015 como remédio para a cura da doença, mas que nunca teve a eficácia comprovada. “Na medicina, a primeira coisa que o médico tem que fazer é não prejudicar o paciente. Então, a cloroquina não só não é indicada, como é contraindicada, pois aumenta o risco de morte, ainda mais associada à azitromicina”, afirmou. l342d

O infectologista também fez um esclarecimento sobre a ivermectina. “Em laboratório, esse antiparasitário conseguiu reduzir a replicação do vírus. Assim como já tinha conseguido reduzir a de vários outros, inclusive do da dengue e o HIV. Mas nunca foi utilizado em humanos para o tratamento destas doenças porque a dose necessária para ter eficácia seria entre 100 a mil vezes maior que a usada para sarna, por exemplo, o que seria uma dose tóxica para o ser humano”.

Arns da Cunha terminou sua intervenção fazendo um alerta aos deputados. “Eu ficaria muito triste se houvesse manifestação de qualquer governante para gastar dinheiro público em remédio que não funciona, que não tem base científica e que tem efeito colateral, enquanto falta recursos para respirador, falta sedativo nos hospitais”.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Saúde informou que o secretário Beto Preto recebeu um grupo de médicos que defende o tratamento precoce e prometeu analisar a proposta.