Paulo Pupo, superintendente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), conta que os volumes exportados do Paraná para os Estados Unidos se mantiveram praticamente estáveis em 2021, com pequenas variações. “O aumento foi mesmo por conta de uma valorização dos produtos e pelo câmbio”, diz. 236851

Ele lembra que durante o período mais crítico da pandemia, a produção caiu e houve um aumento da demanda pelos Estados Unidos, que é o principal mercado do Brasil neste segmento. “A pandemia desencadeou um novo padrão de consumo no mercado norte-americano, com a construção de novas casas e reformas, tudo intensificado pelo modelo de trabalho remoto imposto pela Covid-19”, observa. Segundo ele, os estoques eram baixos, faltou produto e houve uma valorização.

Para este ano, segundo Pupo, a expectativa era por um aumento entre 4% e 5% nas exportações de madeira do Paraná para os Estados Unidos. “Essa era a previsão do começo de 2022, antes da guerra entre a Rússia e a Ucrânia”, diz. Segundo ele,  agora o clima é de apreensão. “A Rússia responde por 22% de toda a produção mundial de madeira. Com as sanções comerciais, os produtos russos podem sair do mercado e dar espaço aos brasileiros. Mas sofremos com o aumento nos combustíveis e a falta de contêineres, situação agravada pela guerra", observa.

“O frete marítimo subiu cerca de 10% com a guerra”, conta. Pupo cita dados da Abac (Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem), que mostram que a cotação do combustível de navegação chegou a US$ 900 (R$ 4.500) a tonelada, em março esse ano. No início de 2020, o preço do produto oscilava em torno de US$ 680 a tonelada.

Segundo o empresário, a madeira brasileira tem qualidade, segue todas as normas e tem as certificações exigidas pelo mercado mundial. “São os fatores externos que nos prejudicam”, diz. “O planejamento hoje nesse ambiente de incerteza é o grande desafio das empresas”, comenta.

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