Os piores momentos da estiagem e as lições para o futuro
Esta estiagem, considerada a maior em 90 anos, teve como um dos piores momentos o mês de julho de 2020, quando a barragem de Iraí chegou a ter apenas 12% de sua capacidade abastecida, enquanto a de Piraquara 1 chegou ao nível de 19% e a do aúna a 34%.
Toda a sociedade teve de se submeter a medidas de restrição de uso, como ficar 36 horas com água e 36 horas sem água, isso em plena pandemia de Covid-19, que exigiu maiores cuidados de higiene com a casa, roupas e com o corpo, o que exigiu recorrentes lavagens de mãos.
De acordo com a Sanepar, a economia que hoje é feita também é fruto de uma mentalidade estimulada durante a estiagem, quando a campanha Meta 20, lançada em meados de agosto de 2020, estabeleceu a economia de 20% da água pelas pessoas como objetivo principal.
“A campanha teve a adesão logo no primeiro mês e essa economia foi fundamental para superar o período mais crítico de estiagem severa que atingiu com mais força a Região Metropolitana de Curitiba”, citou a Sanepar, que comemora a manutenção deste comportamento.
À época do fim do rodízio, em janeiro deste ano, a companhia comunicou que a economia feita pelos usuários durante o período de rodízio pode ter chegado a até 89,8 bilhões de litros de água. “O uso racional por parte dos clientes contou bastante para que o sistema de abastecimento não entrasse em colapso”, informou a empresa.
Chuvas contribuem
Na região de Curitiba, as chuvas em setembro foram de 174 milímetros, acima da média de 125 mm. No acumulado deste ano, as chuvas em Curitiba registraram 1.156,4 mm, acima da média de 952,8 mm.
Em fins de agosto, durante a abertura do Museu Planeta Água a escolares, uma iniciativa encampada pela companhia que visa justamente educar as crianças e adolescentes sobre a importância de preservar esse recurso natural, o prefeito de Curitiba, Rafael Greca, disse que “nós devemos querer preservar a vida e conservar o mundo para os que vão nascer, senão haverá futuras gerações que não terão direito a toda água com abundância e fartura que a água nos dá hoje”.
O museu, que terá atendimento aberto a todos os públicos a partir de 1º de novembro de 2022, tem o foco em mudar a mentalidade, principalmente, das novas gerações, que durante a estiagem e o rodízio acabaram sendo os “fiscais” do consumo e desperdício em casa e devem levar para a vida toda o que defendem quando crianças.