Inês disse que sugeriu a troca do termo “educação de qualidade social” presente no documento para “educação de qualidade acadêmica”, mas que a recepção foi negativa por parte da organização do evento. 1e503b

“O conceito de qualidade social é que a escola da favela tem que manter a qualidade da favela, as crianças vão ter que aprender a linguagem da favela, as músicas da favela e se afastar das escolas da cidade. Então, na prática, é uma educação de segregação. O documento está cheio disso. Parece que é inclusão, diminuir as diferenças, mas não é. O menino da escola do campo não precisa se aprimorar em ler e escrever, ele precisa aprender ‘cidadania’. Na prática é um nivelamento por baixo, ele vai ser formado para ser um militante do MST”, comentou.

Segundo ela, da forma como está, o documento vai possibilitar ao PNE o fim do ranqueamento das escolas. “Um currículo educacional representa as expectativas de uma geração para a geração seguinte. Por isso, não existe um currículo neutro, todo currículo pressupõe uma progressão, para um lado ou para outro. Por isso eu deixo uma pergunta: para onde esse currículo está levando as futuras gerações?”, questionou.

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Uma das poucas vozes dissonantes na audiência, o estudante universitário João Antonio Scandolara, presidente da União Paranaense dos Estudantes e diretor da União Nacional dos Estudantes (UNE), criticou a forma como o evento tratou a Conae.

“As etapas da conferência foram construídas por pessoas comprometidas com o Plano Nacional de Educação, com a juventude e com o povo brasileiro. Essa audiência aqui não tem legitimidade para desconstruir um documento construído por milhares de pessoas do Brasil inteiro. Respeitem a democracia, os estudantes e a educação brasileira”, disse, no encontro de Curitiba.

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