Ainda, a produtividade do agro brasileiro, segundo relatório do Economic Research Service, órgão do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), foi a que mais cresceu no século 21, perfazendo índices de crescimento médio de 3,18% ao ano.

Reflexo dessa melhoria produtiva é a otimização no uso de defensivos agrícolas: pesquisa recente, divulgada em evento organizado pela FAO/ONU, EMBRAPA, ABAG e ANDEF, mostra que o Brasil é um dos países com alta produção agrícola que menos utiliza químicos, proporcionalmente à sua produção. Além disso, há melhor aplicação de moléculas cada vez mais adequadas à cultura, gerando menores ivos ambientais e sociais.

O aumento de produtividade reflete-se, outrossim, na vida do trabalhador rural. Dados recentes do IBGE, mostram que houve melhora consistente nos indicadores sociais desses trabalhadores.

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Ainda, o Brasil, signatário recente das Discussões Estruturadas de Comércio e Sustentabilidade Ambiental, iniciativa da Organização Mundial do Comércio (OMC), tem buscado alternativas para liberalizar o comércio agropecuário, eliminando subsídios e impulsionando uma agenda de sustentabilidade.

O protecionismo, muitas vezes implementado como barreira fitossanitária aos produtos brasileiros, gera maior distorção e insustentabilidade, na medida em que impedem produtos brasileiros (mais “limpos”) de atingirem mercados, incentivando práticas subsidiadas insustentáveis e predatórias.

Em resumo, enquanto o agro nacional é ambientalmente adequado e socialmente justo, pautando-se pelas melhores práticas que visam ao aumento da dignidade do trabalho, o agro pouco produtivo que necessita de proteção costuma se pautar pelo vilipêndio ao meio ambiente e pela exploração da mão-de-obra.

Entretanto, a Política Nacional de Inovação, instituída pelo Decreto 10.534, que deveria balizar a elaboração de políticas públicas referentes à ciência, tecnologia e inovação (CT&I) padece de recursos orçamentários para sua efetivação. O agro, ainda que seja extremamente produtivo e sustentável, necessita da existência de políticas públicas que incentivem a adição de maior valor agregado a seus produtos.

Dessa maneira, a competitividade agropecuária brasileira, já grande, tenderá a um crescimento ainda maior. Para que o agro continue sendo, cada vez mais, o motor ESG do Brasil, é necessária uma melhoria institucional que valorize a produtividade agropastoril de maneira mais inovativa e tecnológica. Hoje, o agro é justiça, inclusão e sustentabilidade, e reúne a potencialidade para ser muito mais!

André Naves é defensor público federal, palestrante, escritor e professor. É especialista do Instituto Millenium.

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