O presidente da Associação Catarinense de Tecnologia (Acate), Iomani Engelmann, aponta que a pandemia também acelerou a discussão e a definição de marcos regulatórios, em questões como a telemedicina e a digitalização de documentos. Por outro lado, mostrou deficiências na infraestrutura.

Temas como a tecnologia 5G, que pode entrar em operação em algumas capitais ainda neste ano, caso ocorra o leilão das frequências, devem dar mais impulso ao setor e ampliar a expansão do segmento de TI no interior do país.

Com isso, diz ele, o setor deve ganhar mais visibilidade. Doze empresas ligadas direta ou indiretamente à tecnologia da informação entraram na B3 neste ano para abrir seu capital.

E o ramo continua puxando a liderança nas operações de fusões e aquisições. Um levantamento feito pela empresa de consultoria PwC aponta que, apenas em março, foram realizadas 159 transações envolvendo empresas de TI. É 130% a mais do que no mesmo período de 2020. O valor transacionado no ramo corresponde a 58% dos negócios fechados em todas as áreas da economia.

Um dos maiores negócios envolveu a aquisição, por parte da Totvs, de 92% da participação na catarinense RD Station, desenvolvedora de software voltado para marketing digital, pelo valor de R$ 1,8 bilhão.

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Mão de obra: um desafio para o setor

Um dos principais desafios do ramo é encontrar mão de obra qualificada. A demanda está bem aquecida mundialmente, com empresas estrangeiras procurando, inclusive, profissionais no Brasil.

“Países como Austrália, Estados Unidos, Nova Zelândia e Portugal estão facilitando a entrada de profissionais de TI”, conta Christina Curcio, sócia da Icon Talent, uma agência curitibana de recrutamento e seleção especializada na área. Ela aponta que os brasileiros têm uma característica que agrada às empresas do segmento: a facilidade para trabalhar com culturas diferentes.

São vários os perfis necessários no atual cenário, apontam os executivos do setor ouvidos pela Gazeta do Povo. Os mais requisitados são os desenvolvedores. Mas também há grande demanda por cientistas de dados, profissionais de inteligência artificial, gerentes de projeto e de produtos, especialistas em cloud computing e em segurança da informação.

Tomelin, da WK Sistemas, aponta que a pandemia da Covid, acelerou um problema que já era recorrente. “As empresas aram a buscar mais diferenciais competitivos e a tecnologia foi uma das principais fontes.”

Ele aponta que a questão da mão de obra pode segurar a expansão de crescimento se a dificuldade persistir. “Por enquanto, estamos nos baseando na escalabilidade dos negócios."

Não bastasse isso, afirma Kasburg, há a necessidade de as empresas se adequarem à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), ao open banking – que estreou uma nova fase no último dia 13 – e ao novo marco regulatório do setor elétrico. “É muita mudança em um pouco espaço de tempo”, afirma o diretor da Supero.

Esta é a quinta reportagem da série "O Brasil que cresce", que apresenta alguns dos setores que mais avançam no país. Acompanhe a série neste link.